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8 coisas que aprendi no movimento ABU (Aliança Bíblica Universitária)


Rodrigo Maia | Visite também  Mundo dos Alpiqueiros

Gostaria de compartilhar como foi e como está sendo essa minha aventura na ABU.
Antes de tudo, é importante lembrar que a ABU sempre confronta e critica a nossa forma de crer, então escrevo como um abeuense filho de pastor presbiteriano.

O que aprendi no movimento é:
1. Ser crente sem ser “crentês”.
2. Deus me enviou à universidade.
3. Gastar tempo com pessoas.
4. ABU não é igreja.
5. Todas as denominações podem conviver juntas.
6. O mundo secular é espiritual
7. Estar na ABU não te faz melhor.
8. Viver a vontade de Deus.


1. Ser crente sem ser crentês

Quando fui à primeira vez na ABU, achei estranho e ao mesmo tempo legal a forma simples de apresentar a palavra de Deus. Comecei a ser, de certa forma, impactado em como Deus falava através de músicas, poesias, quadrinhos e filosofias seculares (também).

No começo não sabia se estava certo. Eu era um bixo e minha fé estava sendo confrontada. Optei pelo menos ‘pior’, ou era confrontado pelos meus professores e faculdade, ou pela ABU. Escolhi a ABU, mesmo não sendo freqüente nela.

2. Deus me enviou à universidade

Logo encontrei uma igreja pra freqüentar, me envolvi a ponto de quase pedir minha carta de transferência pro meu pai (que é o pastor da minha igreja..rs), mas ele conversou comigo e contou como ele fazia na época que estudava fora de sua cidade. Dizia para aproveitar essa época e conhecer igrejas cristãs protestantes diferentes, afinal eu saí do interior e fui pra uma metrópole véio, na minha cidade não tem tanta variedade de igrejas assim, até tem, mas só muda o nome (rs). Ele me dizia para priorizar a universidade, mas que a igreja também era importante sim, mas pra eu tomar cuidado para não entrar em milhões de ministérios na igreja e perder essa oportunidade que Deus estava me dando.

Não concordava com a idéia de priorizar o estudo antes da igreja no começo. Eu queria estar disposto a sacrificar meu estudo pra estar na igreja. Tinha me esquecido que Deus não iria me amar mais pelo que faço ou sacrifico.

Mas aconteceu outra coisa, o pessoal da igreja que eu ia eram missionários abeuenses, aos poucos me influenciaram com essa idéia de missão universitária e afins.

Um outro detalhe, é que vim de uma Igreja Presbiteriana não muito tradicional, e na minha região parecia que o foco da maioria das igrejas era adoração e experiências com Deus. Não que a liderança tinha esse foco, mas parecia que os membros se preocupavam só com isso.

Achava muito fraquinha a adoração das igrejas de minha denominação aqui onde comecei a estudar, pois as pessoas não choravam na hora do louvor, nem levantavam muito as mãos.
Mas aí Deus, por meio do movimentoABU começou a confrontar minha maneira de pensar. Pq chorar? Pq ter essas ‘experiências’ de calafrios e emoções? E as vidas sendo perdidas?
Eu achava que se algum não cristão viesse numa igreja e sentisse o mover de Deus, eu não precisava fazer muita coisa, pq só deles verem a galera chorando e orando, talvez eles se converteriam ao sentir esses calafiros tbm.

É, eu e minha ignorância na Palavra. rs

3. Gastar tempo com pessoas

Bom, depois de pegar muitas DPs eu comecei a pensar no porquê eu estava numa universidade. Na ABU comecei a ser a confrontado por Deus a começar a gastar tempo com meus colegas de universidade, mesmo que isso significasse ir a uma festa de aniversário de um deles.
Eu: “o quê?”
“Mas é pecado!” Fui e ainda sou confrontado a perceber que lugares não têm pecados, pessoas tem.
Eu não sou menos pecador que meu colega de faculdade, somos iguais.
Acreditem, fico triste, mas ao mesmo tempo fico alegre quando um colega me vê como um pecador. Pq aí não estou demonstrando que sou superior a ele, mas que sou um servo de Deus que reconhece o quanto preciso Dele e o quanto preciso ler sua palavra.
E é essa palavra que me mostra cada vez mais que não posso ser como Deus, pois sou um pecador imundo. Embora Jesus seja um perfeito modelo humano para seguirmos, mesmo assim, não conseguimos chegar muito perto. Foi aí que comecei a entender o que meu pai dizia: “...cuidado pra não perder a oportunidade que Deus te deu.”

4. ABU não é igreja

Lembro do Aefe, que era o líder da ABU na época, me perguntar se eu queria falar nas reuniões da ABU. Só sei que eu o enrolei um ano quase... rs.
Até depois dessas DPs, comecei a me focar um pouco mais na universidade, infelizmente a igreja nem sempre estava por dentro do que acontecia lá e quase não tinha condições de auxiliar, ou acompanhar o contexto universitário de um jovem cristão ou não cristão confrontado.

Daí vc me diz: “Então a ABU é sua igreja?”
Não e sim.
“hã?”

É minha igreja pq eu encaro qualquer momento em que estou com pessoas de mesma fé adorando a Deus, servindo e lendo sua palavra, como igreja.

Mas o outro lado que custei muuuuuito pra entender:
ABU não é igreja.
Poxa e agora? Como assim? Pior que eu percebia nas entrelinhas de que a ABU não é a minha igreja local.

Como assim? Bom, não vou esconder, vou mostrar coisas que talvez vc que está na ABU não reparou ainda.
Na igreja local temos costumes, ou seja, cada uma tem um jeito de vestir, pensar, ser devoto a Deus, buscar santidade e várias coisas do gênero.
Na ABU, a forma de pensar é a mais complicada, pois não podemos puxar sardinha para a teologia do livre arbítrio e da predestinação (e outras que vão surgindo). Se vc reparar em nossas reuniões, quando alguém toca em um assunto do tipo, nós nem relevamos e sim tentamos trazer de volta ao foco.

5. Todas as denominações podem conviver

Mano, foi muito estranho pra mim descobrir que existem cristãos que acreditam em doutrinas diferentes. Mas percebi que era bobeira discutir isso, o importante era espalhar a boa notícia de Jesus Cristo.

Nessa de espalhar Jesus Cristo, comecei a perceber que a ABU não era para crentes do cristianismo, mas sim para descrentes dele, Jesus. E é muito bonito ver cristãos de outras linhas de pensamentos e denominações se unindo por essa causa, sem importar de qual igreja vc veio.
O crente às vezes chega na ABU um pouco arrogante, querendo mostrar seus argumentos para ganhar na discussão e chamar a atenção das pessoas para que elas vejam o quanto ele sabe e o quanto é espiritual. Ele custa a entender o que realmente estamos fazendo ali, talvez fosse melhor se ele colaborasse centrando seus argumentos nas boas novas.

6. O mundo secular é espiritual

Depois que entendi isso, fui confrontado de que o mundo secular é espiritual também.
“Hã? Cuma? Não, agora paro de ler aqui! Aff..esse povo perdido e pecador.”

Tudo bem, se vc e seu modo de pensar é perfeito, então você não precisa de igreja, afinal a igreja é um hospital para pecadores e não um museu de santos, como diz o ditado.

Cara, me incomodava ver gente cantando certas músicas, vendo certos filmes, furando e pintando o corpo e outras coisas. Eu era muito legalista e custei pra perceber que “a mãe da rigidez é a insegurança”, como dizia um cara aí.

Mas comecei a perceber como tinha coisas boas que Deus inspirou o homem pecador a fazer. Vi músicas muito mais bonitas do que aquelas ditas como “feitas para Deus”, com certeza vi poesias e filmes “condenáveis” que embora não tinham boas respostas, mas traziam boas perguntas, como Tim Keller analisou no seu livro “A fé na era do ceticismo”.

7. Estar na ABU não te faz melhor

Outro ponto que me confrontou é o fato de que não sou perfeito e não sou melhor do que o cara que fica na igreja e mais nada. Só pq sou um evangelista, missionário e entendo que igreja não salva ninguém, não me torna mais sábio e menos pecador também. Somos um corpo e todos têm sua função, um complementa o outro.

8. Viver a vontade de Deus

Descobri a vontade de Deus sem saber. Eu me vi na universidade e vi a ABU, depois vi mais 4 anos, então o que eu poderia fazer com isso que me foi dado?

Eu quis aproveitar meus anos na universidade intensamente com esse movimento universitário, pq depois disso, viria minha vida adulta cheio de compromissos, cuidado com a família e com o trabalho chegando, e nunca mais teria essa fase de novo na minha vida. Imagina o remorso que iria sentir sabendo que eu poderia ter vivido intensamente a ABU nesses 4 anos e não vivi. Ficaria muito triste.

Mas Rodrigo, vc vai sair da faculdade e consequentemente da ABU, não é? E seu propósito de vida?

Eu não sei véio... só sei que o que me foi dado agora foi isso. Quando sair da ABU eu vou analisar o que tenho e o que estou começando a fazer pra saber o que Deus quer que eu faça. Talvez vc não consiga descobrir desse jeito, pq Deus não trabalha como num processo industrial. A gente acha que a salvação e o propósito de Deus são feitos em escala, ou seja, acontece igual com todo mundo. Mas na verdade é tudo personalizado, como dizia o brother antigo líder da ABU Jônatas, vulgo Mala.

Concluindo

Última coisa que queria compartilhar é que não acho que fomos unidos na ABU Mackenzie a toa, creio fortemente que Deus nos uniu para algo. Pra juntos sermos um instrumento Dele e ir além da ABU e do Mackenzie, sem sombra de dúvidas.

Bom, espero que este texto seja útil para quem está chegando e quem está saindo da ABU. Mesmo pra quem está saindo, saiba que vc sempre será parte do Movimento ABU.
E lembre-se: Se vc não criticar a sua fé, vc não crescerá, muito menos entenderá o pq de acreditar no que acredita e não saberá o pq das coisas cristãs serem como são.

#TamuJunto
#MovimentoABU

Se cuidem, abraços.

Um comentário:

ipbsaolourenco disse...

Texto muito legal "véio" rsss, e bom de vez em quando duvidar das nossas certezas como disse o velho Calvino. Deus te abençoe!

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